quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tai a Resposta!


"A maioria dos brasileiros acredita que é possível viver sem respeitar as leis. Levantamento da FGV Direito revela que 82% dos entrevistados reconhecem que é fácil desobedecer as leis no país e 54%, que existem poucas razões para obedecê-las. Além disso, 79% acham que sempre é possível usar o jeitinho para resolver um problema."
Ora, o que mais precisa ser dito diante do resultado dessa pesquisa? Será que agora podemos entender porque o país atravessa uma crise de autoridade?
E não é preciso muito para sermos responsáveis pelo caos que assola o nosso país, basta passarmos um farol vermelho (porque sempre temos uma boa desculpa), ouvir música nas alturas para que todos os vizinhos também possam ouvir (ainda que não queiram), furar qualquer fila (já que somos mais espertos), fazer um gatonet (mesmo porque a Net é rica), e assim por diante, afinal somos brasileiros, malandros, safos, "expertos", não desistimos nunca, assim como nunca reivindicamos os nossos direitos à uma boa educação, uma saúde de qualidade ou uma segurança pública real e não fictícia como nos "vendem".
Bem está aí o resumo da ópera, enquanto esse pensamente prevalecer entre os brasileiros, esse será o país que sempre foi, desigual, atrasado, injusto e cruel, e o pior, será ironicamente um país de terceiro mundo com economia de primeiro.
Parabéns povo brasileiro!

Maioridade Penal, Reduzir ou Não?


Olha, a muito tempo tenho uma opinião particular sobre o assunto que agora, mais uma vez, vem à tona, é a nova moda no noticiário, a maioridade penal. Para mim deveríamos ter aqui no Brasil uma conduta próxima dos países mais evoluídos, se o menor pratica um crime como qualquer um deverá responder pelos seus atos como tal, contudo cumprindo pena em estabelecimento penal próprio até atingira a sua maioridade, e a partir daí cumprir o que restar em presídio para adultos. Contudo, a única diferença pelo que penso é que não deveria haver uma idade limítrofe, e o menor ao praticar um crime deveria ser avaliado por uma equipe de especialistas, como médicos, psiquiatras, pedagogos, magistrados, promotores, e qualquer outro que venha agregar conhecimento específico, no intuito de se determinar o grau de consciência do mesmo quando da prática delituosa e assim apená-lo na medida da sua consciência, e ai sim cumprir a sua pena em estabelecimento próprio à sua faixa etária.
Mas o que vemos é justamente o mesmo filme de sempre, é só um determinado tipo de conduta se tornar comum, corriqueira, trivial, ainda que criminosa, para todos, absolutamente todos, se acharem no direito de "lucrar" com a exposição do fato, pouco se importando para a real eficácia da solução por eles proposta, mesmo porque na prática não se importam com os resultados, tanto do crime quanto da sua mirabolante ideia, o que visam é a exposição do seu nome ainda mais às vésperas de um ano eleitoral.
E é exatamente o que vem ocorrendo com a questão da maioridade penal, onde só agora parece que se percebeu que um menor sempre acaba envolvido na prática de crimes violentos, e invariavelmente é sempre este menor que está armado quando a conduta ocorre com a presença de mais de um criminoso, e ai qual a conclusão dos "especialistas"? Diminuir a idade de responsabilidade criminal que passaria dos atuais 18 (dezoito) anos para "eficazes" 16 (dezesseis) anos, e pronto como num passe de mágica todos os problemas estariam resolvidos, "voilá".
Ora minha gente, não posso acreditar que não se perceba que esta não é a solução para o problema, pois evidentemente ao se determinar os 16(dezesseis) anos como limite a conduta criminosa até então à seu cargo passará a ser assumida pelos de 15, 14, 13, 12, 11, etc, e olha que isso já não é nenhuma novidade, pois vejo na data de hoje a notícia de que uma criança de 11 anos é suspeito de estar envolvido em um sequestro - "Jovem de 11 anos é apreendido suspeito de envolvimento em sequestro".
Pois aí está senhores, a diminuição da idade pura e simplesmente não me parece a conduta indicada, a não ser para a busca de exposição midiática que tanto os políticos gostam.

terça-feira, 23 de abril de 2013

E a Extrema Direita Agradece.


Primeiro foi o Deputado Federal Jair Bolsonaro do PP/RJ, e agora, mais recentemente, o também Deputado Federal Marco Feliciano PSC/SP, dois exemplos do radicalismo próprio da extrema direita, e que apesar das opiniões tão fortes quanto preconceituosas vem encontrando em parte da população um apoio e sustentação temerária.
Ora, entendo que opiniões e posições extremadas cabem em bem poucas situações da nossa vida, pois a história nos mostra que o desenvolvimento intelectual, cultural e, por que não econômico, de um povo invariavelmente o leva a novas percepções sobre todos os assuntos, até mesmo sobre àqueles considerados tabus, portanto sendo aconselhável que extremismo só seja admissível quanto ao caráter do ser humano que deveria ser sempre o mais correto, justo e ético.
Mas o que temos visto ultimamente é um verdadeiro show de horrores, e por mais que seja próprio da "democracia" a diversidade de opiniões, me choca ver que ainda nos dias de hoje conceitos tão ultrapassados ainda sobrevivam e ganhem força nas palavras de pessoas que deveriam representar à todos, indistintamente, mas vejam, a culpa não está em tais condutas, pois elas só se fortalecem onde não há um bom exemplo a ser seguido.
E é nesse ponto que quero chegar, durante anos e anos a direita, bem como a sua face mais perversa, a extrema direita, reinou absoluta no comando dessa nação, e por mais que a esquerda se movimentasse nada parecia poder abalar os alicerces de um cenário político conservador, mas veio o fim do regime militar, e com isso a possibilidade de, enfim tirar a direita do poder, mas não sem uma luta fervorosa nas urnas, pois a elite não permitiria que o sistema que o melhor representa deixasse o poder, principalmente para partidos fundamentados em ideologias de esquerda.
Daí que partidos como PT e PSDB, de origem socialistas, mesmo com a redemocratização do país, custaram a alcançar o ponto mais alto do comando político nacional, conduto esse dia chegou, primeiro com o PSDB e mais tarde com o PT, e surpreendentemente ambos fizeram o possível e impossível para esquecer o seu passado, passando de forma descarada para o lado da direita, a ponto do PT se intitular como sendo de centro esquerda, e diante da mudança passaram a governar para àqueles de sempre, e assim diante da sua evidente descaracterização tais partidos vem contribuindo de forma decisiva para o ressurgimento da face nefasta da extrema direita.
Como PT e PSDB se perderam no caminho da história eles se perderam também na condução do rumo do país, e o que vemos hoje é uma verdadeira crise de autoridade onde todos se acham no direito de fazer ou não o que quiser, prevalecendo a vontade pessoal de cada um em detrimento da lei.
Diante da ausência de comando, o que surge são posições extremadas como solução para os dilemas que se abatem sobre a sociedade, e como porta vozes dessas, figuras grotescas como as já citadas, e assim ressurge forte a extrema direita, fascista, nazista e racista.
E assim quem mais celebra o (des)governo do PT e do PSDB, é o radicalismo ideológico de bestas humanas que vem nas opções pessoais de outros seres humanos uma afronta à sua opinião pessoal, e como retaliação buscam criar condições para uma nova caça às bruxas numa reedição atualizada do "Malleus Maleficarum" (Martelo das Bruxas).