sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Muitas Questões a Serem Respondidas.


Todos sabemos das dificuldades em gerir uma grande metrópole, um grande estado ou uma grande nação, ainda mais considerando-se as características próprias do cenário brasileiro, como o mau gerenciamento, os desvios de verbas, a corrupção, etc.
E os nossos governantes demonstram toda essa dificuldade quando o assunto é algo muito sensível à população como a educação, a saúde ou a segurança pública, nesse último caso causando mais do que simples perplexidade ao povo, pelo seu próprio resultado, quase sempre invasivo, agressivo e aterrorizante.
Contudo, por pior que se demonstre a falta de controle sobre a segurança pública os governantes resistem em admitir o fracasso da sua política sobre o assunto, quando não negam a todo custo a realidade dos fatos, pois a arrogância e a prepotência além de características próprias dessa gente, assumem a condição de defesa dos seus interesses, como quem pretende à força, impor a sua opinião contra a opinião de quem quer que seja e de quantos sejam.
Ora, mas como não pode deixar de ser, uma hora as coisas saem do controle, já que o enfrentamento do problema era mais um resultado de falação do que propriamente ação, residia muito mais nos discursos infundados dos incompetentes do que em ações efetivas no embate à criminalidade, resumindo era fundada em mera pirotecnia para preencher os noticiários.
E parece que no caso atual de São Paulo as coisas não estão muito diferentes do que sempre foram, principalmente durante os longos quase 20 anos da péssima administração tucanalha, e digo isso porque embora tudo e todos apontassem para uma guerra declarada pelo PCC contra os agentes de segurança à serviço do estado, os péssimos gestores públicos, nas figuras do Governador e do seu Secretário, insistiam em negar o que era público e evidente, o crime organizado estava se manifestando.
Ao contrário do que deveria ser a conduta dos mesmos, eles preferiam negar o que ocorria, numa mistura de emoções que lhes aconselhavam negar até que tal situação se resolvesse por si própria ou para que as suas opiniões prevalecessem sobre os fatos. E assim o PCC, de algo que não mais existia passara a figura de lenda urbana, as mortes de policiais eram tratados como fatos isolados ou acerto de contas e o toque de recolher “determinado” por criminosos nada mais é do que histeria coletiva. Sem contar que, por tais acontecimentos virem à tona durante o período eleitoral, ainda preferiram debitar tais fatos ao uso político partidário, como se os inúmeros policiais mortos simplesmente não existissem, fossem uma obra da propaganda adversária.
Porém passado o pelito eleitoral, e diante da continuidade da guerra urbana, que agora envolvia mais do que apenas policiais, não houve como continuar a negação, tanto por parte do Governador, como do seu Secretário e também da Rede Globo, sim pois até esta se manteve afastada o quanto pode do assunto na tentativa de não prejudicar o seu candidato José Serra, passando somente agora dar a devida e proporcional repercussão ao caso.
Mas ai o que vemos? Operação saturação? Ora porque só em casos extremos como o que atravessamos hoje é que a polícia decide saturar os locais onde se escondem e traficam os criminosos? É concebível crer que só nestes momentos eles traficam, justamente quando as coisas estão mais “quentes”, quando se deveria ter mais cuidado e atenção? Ou será que a tal Operação Saturação é algum código subliminar para, “Parem com o que estão fazendo, senão não os deixaremos trabalhar em paz”?
Pois bem, me questiono muito do resultado prático de toda esta ação tardia do estado, mesmo porque não nos deixemos enganar, assim que “eles” se acertarem de alguma maneira, a situação voltará a ser como sempre foi, muita teoria para pouca ação.

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