segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"Povo Não Tem Que Reclamar Que Aumentou Salário De Político"


Essa pérola deveria fazer parte de alguma série de declarações para ser lembrada pelo povo, principalmente quando por puro comodismo esse mesmo povo utiliza-se do seu voto como um verdadeiro papel higiênico.
Em entrevista ao iG nesta segunda-feira, 19/12, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Léo Burguês (ao que parece o seu nome já diz tudo), do PSDB (e, pelo visto o seu partido também), saiu em defesa do aumento de 60% aprovado para os parlamentares na semana passada, sob vaias e protestos. Segundo o mesmo, "o povo não tem que reclamar que aumentou salário de político. A gente tem que é aumentar o salário do povo. A população tem direito de desabafar, principalmente professores e aposentados. Temos que brigar pra melhorar os salários do povo".
Ocorre que, numa primeira análise a sua afirmação parece ter alguma coerência, contudo, ele, como os da sua classe, jamais defendem os direitos do povo à um salário digno, sempre se apegando as mais variadas desculpas esfarrapadas, lei de responsabilidade fiscal, queda de receita, cuidado com o aumento de despesas e por ai à fora, mas que em momento algum se apresentam como empecilhos para o aumento dos seus já exorbitantes salários.
Sou daqueles que defendem a tese de que político em cargo público, quando no legislativo, nada deveriam auferir, a não se que não dispusessem de outra forma de subsistência, o que, como bem sabemos é raríssimo. E explico, os nossos representantes nas inúmeras Câmaras e Assembleias quando se apresentam para "trabalhar" o fazem, quando muito, em três dias por semana, restando à eles preciosos dias livres, e que, portanto poderiam se dedicar as suas atividades profissionais.
Assim ficaria instituído definitivamente que tais vereadores, deputados, estaduais ou federais, e senadores teriam a obrigação de trabalhar apenas em três dias semanais (o que já é muito comum hoje em dia), e o fariam pelo simples dever cívico de prestar os seus serviços à nação, sem nada receber em contraprestação, devendo se manter por sua atividade profissional, contudo, continuariam a dispor das verbas necessárias, e estritamente necessárias, ao desempenho das suas funções como legislador a serviço do povo.
Tenho a convicção de que essa minha ideia não irá solucionar todos os problemas envolvendo os péssimos políticos que temos, contudo ao menos evitaria que pessoas como o Sr. Léo Burguês disseminassem asneiras, como quando afirma que vereadores trabalham muito: "No domingo, sai da Câmara às 20h30".

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