Dentre todas as espécies de crimes aos quais um ser humano é submetido temos àqueles que mais do que agredi-lo fisicamente faz pior acaba com o psicológico da pessoa, e é nessa categoria que enquadra-se o estupro.
A violência sexual sofrida pelas mulheres é algo inimaginável para qualquer um, e embora nos cause revolta na simples ciência da sua prática, pois nada pior do quer subjugado por um ser aviltante como um predador sexual, ainda acreditávamos que a prática desse tipo de crime se dava em lugares ermos, isolados, em horários adiantados do dia na clara tentativa de se manter longe qualquer possibilidade de testemunho.
Ocorre que, nos últimos dias os fatos parecem desmentir velhos conceitos, pois ganharam repercussão o fato de uma mulher ter afirmado que fora vítima de violência sexual num dos vagões do metrô da linha 2 (verde), quando ainda eram 08:20 horas e com o vagão completamente cheio.
E agora uma outra mulher diz ter sido vítima do abuso sexual quando estava internada para tratar de um câncer no Hospital Santa Catarina localizado na Avenida Paulista, onde o agressor seria um técnico de enfermagem.
Ora o que mais atraiu a minha atenção foram os locais em que as vítimas teriam sido abordadas e agredidas, pois seria impensável em outra época imaginar que uma mulher correria qualquer tipo de risco em ser atacada num vagão do metrô, ainda mais cheio, ou mesmo num hospital, principalmente num hospital particular com o renome do Hospital Santa Catarina.
Portanto, o que pode estar acontecendo? Será que essa é apenas mais uma demonstração da ousadia dos criminosos? Será que a quantidade da prática do crime de estupro se elevou tanto, a ponto de serem esses casos apenas um reflexo do aumento vertiginoso de sua prática? Ou, como é bem provável, a benevolência e incompetência das nossas autoridades chegaram a tão ponto que o crime se alastra como um rastilho de pólvora?
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