quarta-feira, 18 de maio de 2011

Morador De Rua Custa R$ 544 Por Mês à Prefeitura!

Ora R$ 544,00 e R$ 545,00 são poucos mesmo, o primeiro diz respeito ao valor que a Prefeitura de São Paulo gastou, por pessoa, no ano passado, 2010, com programas voltados para o atendimento a moradores de rua da capital, enquanto o segundo refere-se ao nosso magnífico salário mínimo nacional.
Segundo noticiário a verba de R$ 89 milhões de reais fora dispensada para o atendimento de cada uma das 13.666 pessoas que vivem em situação de rua em São Paulo, valor que por cabeça representa algo similar ao do salário mínimo, e que é apontado por entidades como insuficiente para o atendimento.
E ai, é o que eu digo, se o salário mínimo atual, 545 reais, já é insuficiente para qualquer pessoa se sustentar com alguma dignidade, o que dizer de um valor de 544 reais para alguém que, invariavelmente, além das dificuldades próprias da vida, ainda contam com o grave problema de dependência química.
Não é difícil imaginar que tão pouco investimento encontra o seu fundamento no sentimento que as nossas autoridades nutrem pelos mais humildes e desfavorecidos, sentimento este evidenciado quando eles investem os recursos públicos de forma tão ínfima naquilo que tais pessoas mais necessitam.
Para os moradores de rua destinam um valor quase similar ao do salário-mínimo e tenho para mim que não há que se falar em coincidência, pois as nossas autoridades são compostas por canalhas e cínicos, e provavelmente destinaram valores tão parecidos como que querendo passar a mensagem do desprezo que sentem por tais cidadãos, àquele que recebe o salário-mínimo é comparado ao "miserável" que vive pelas ruas, como querendo que ele perceba a sua insignificância, e, para àqueles em situação de rua fica o recado de que eles já recebem mais do que merecem.
Daí, ao vermos quanto o governo municipal destina de verba aos moradores de rua, entendemos o porque tal situação não se resolve, o porque de muitos dos envolvidos se recusarem ao socorro, e principalmente o porque do discurso governamental de que de nada podem se os mesmos se recusam ao auxílio, como se à essas pessoas coubessem a exata e consciente análise da sua situação, sendo lógica a observação de que à ninguém é dado o direito de viver pelas ruas, principalmente se esses não estão em seu juízo perfeito ou são irresponsáveis por seus atos.
Para a solução de tal situação é necessária a vontade política, o envolvimento de profissionais habilitados das áreas de saúde, promoção social e segurança pública, a destinação de verba suficiente para o amparo dessas pessoas e de seus familiares, e a criação de centros de convivência e de referência para a estadia temporária dos necessitados, e de tratamento para os dependentes, ainda que de forma compulsória.

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