Sempre ouvi a expressão "tirar doce de criança", e ela era utilizada ao referir-se à algo muito simples ou fácil de se fazer, e convenhamos a expressão por si diz tudo, pois não parece existir nada mais fácil de se fazer do que tirar doce de criança, embora também signifique algo cruel, pois uma criança com seu doce é a imagem da felicidade.
Pois fora inaugurada, ou devo dizer descoberta, pois certamente isso já fora feito em algum outro momento que porventura não tenhamos tomado conhecimento ou já se deu e não nos lembramos mais, uma variação desta expressão e denunciada pela Rádio Bandeirantes da capital paulista, onde vereadores paulistanos estariam desviando donativos que se destinariam às vítimas das enchentes no Rio de Janeiro (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo).
Uma gravação da Rádio Bandeirantes revela o envolvimento do vereador Ushitaro Kamia (DEM) em um suposto esquema de desvio de donativos recolhidos pela Defesa Civil de São Paulo. Os donativos deveriam ter sido enviados para as vítimas de enchentes no Rio de Janeiro.
Na gravação, uma funcionária da Defesa Civil indica que o escritório de Kamia estaria recebendo produtos doados, entre eles roupas, água, brinquedos. Segundo a funcionária, as instituições que recebem os produtos teriam que ser ligadas a vereadores.
Os parlamentares que estariam recebendo os donativos desviados seriam candidatos nas eleições municipais de 2012. Segundo informações da Rádio Bandeirantes, os vereadores estariam usando esses donativos para conseguir votos nas regiões mais carentes. Os donativos seriam entregues mediante a apresentação do título de eleitor.
Pronto, agora os nossos "nobres" vereadores se excedem mais uma vez e superam todas as nossas expectativas com relação ao seus caráteres e criatividade, a ponto de criarem a expressão "tirar donativos de necessitados", como exemplo do que são capazes contra pessoas que atravessam momentos de penúria, e que solidariedade é uma palavra lembrada apenas quando se unem para livrar um dos vereadores de algum processo de cassação, nada mais.
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