Gente Diferenciada, Isso é Perigoso!

Nesta semana que passou presenciei, pela imprensa, uma discussão que num primeiro momento parecia sem sentido, já que a instalação de uma estação do metrô não deveria ter a repercussão que teve, mesmo porque cabe ao estado definir pela necessidade e viabilidade deste tipo de investimento, pois é de se imaginar que a sua finalidade seria beneficiar o maior número de cidadãos possível.

Mas como é próprio do ser humano, este se apega em pequenos detalhes para poder criar confusão, ainda mais quando acredita que alguma coisa pode lhe incomodar, e é o que acabou por ocorrer na questão da estação de metrô prevista par o bairro de Higienópolis, quando uma moradora do bairro alegara que seria contrária a mesma pelo simples fato de que ela atrairia ao bairro uma "gente diferenciada".

Olha, é mais do que sabido que neste bairro de elevado nível social é um grande reduto de Judeus, embora tenhamos muitas outras pessoas de etnias e religiões variadas, contudo, pela proporção que ganhara tal discussão me parece que esta posição extremada partira de alguém da colônia judaica.

O que quero com isso tudo é demonstrar o perigo de uma posição tal radical, utilizando-se de uma opinião discriminatória para justificar a sua contrariedade pela instalação no bairro de uma estação de metrô, onde devemos lembrar que atitudes como esta já causaram grandes danos à humanidade.

Tal atitude ganha ainda mais reprovação se pensarmos na possibilidade de ter partido de alguém de origem judia, primeiro que, como "povo escolhido de Deus" jamais poderiam se posicionar de forma tal egoísta, e, segundo porque como tanto divulgam, eles teriam sido vítimas dos mesmos pensamentos e condutas durante a 2ª. grande guerra.

Há de lembrarmos que o nazismo os teria tratado à época como "gente diferenciada", assim como aos homossexuais, negros e deficientes mentais, e é inadmissível que após sobreviverem a tal tratamento comecem à dispensá-los aos outros seres humanos, ainda mais por uma pequena estação de metrô.

Agora a mesma linha de raciocínio se aplica mesmo que esta opinião tenha tido origem numa pessoa de qualquer outra origem, pois o bairro de Higienópolis além de concentrar muitos Judeus é notoriamente um local de gente rica e possivelmente de gente culta, e por isso só não deveria ter um pensamento tal mesquinho e discriminatório.

Portanto, cabe ao estado demonstrar que não admite uma justificativa preconceituosa como motivo para não realizar uma obra de fundamental importância para a população, o que duvido muito já que o PSDB já nos deu inúmeras demonstrações do quanto se preocupa com o que pensam os representantes da classe mais rica da população, ao mesmo tempo que a muito tratam os pobres como "gente diferenciada".