quinta-feira, 31 de março de 2011

O Bi-Partidarismo Escolhido Pelo Povo!

Em um dia como o de hoje, onde é relembrado o golpe militar de 1964, aproveito para tratar de um assunto que acabou por surgir, na época, como consequência de tal ato, o bi-partidarismo imposto pelo regime, na época eram a Arena e o MDB.
Com a existência de apenas estes dois partidos não havia muito o que se escolher, era um ou o outro, e com o passar dos anos isto era incluído como um dos fatores que levavam o povo a exigir a volta da democracia, eles desejavam o direito ao voto, depois o direito ao voto para Presidente da República, o fim da censura, as mais variadas espécies de liberdade e o pluripartidarismo, dentre outros direitos que eventualmente não tenha citado aqui.
Muito se lutou para o alcance dos objetivos democráticos, e com o fim do governo do regime militar todos foram alcançados, inclusive o direito a existência de mais do que dois partidos, conforme está previsto em nossa Constituição Federal de 1988.
Mas ai o que fazemos? Simplesmente trocamos o bi-partidarismo compulsório dos militares pelo escolhido por nós, ou alguém questiona o fato de que no nosso sistema político-eleitoral atual contamos apenas com o PT e o PSDB como partidos realmente ativos.
Muitos podem citar outros partidos como o DEM e o PMDB, por exemplo, mas lembro aos senhores que tais partidos perderam a sua identidade, se é que a tiveram em algum momento, a muito tempo, o atual DEM era o asqueroso partido de ultra-direita PFL, e que hoje nada mais é do que apenas um apêndice do PSDB, enquanto o PMDB, principalmente sob o comando do "coronel" Michel Temer, há muito perdera a sua independência, sempre flertando com o poder, não se vê em qualquer outra posição do que ser "situação", e no atual momento político nacional a bola da vez é o PT, portanto, siga o chefe, manda que eu obedeço, esta é a situação do partido do, vejam só que coincidência, atual Vice-Presidente da República.
Há ainda os chamados nanicos, compostos em sua maioria por partidos de aluguel, onde leva quem pagar mais.
Temos, por fim, o PV e o PSOL, no Partido Verde, parece que pouca coisa amadurecera por lá, parece um balaio de gato, tem muito do PMDB em seu modo de agir, a ponto de nas últimas eleições, ter candidatura própria à Presidência da República, Marina Silva, mas ainda assim ver o seu candidato ao Governo do Estado Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, apoiar declaradamente o candidato José Serra do PSDB. O PSOL deixa a impressão de contar com alguma autonomia e independência, porém parece temer a exposição da sua ideologia política, a ponto de alijar da disputa presidencial àquela que naquele momento seria o seu maior expoente, Heloísa Helena, contudo considerada muito radical para a disputa teve que contentar-se com a tentativa de alcançar a sua reeleição ao Senado Federal.
Sendo assim, acredito que não há mais dúvida de que hoje temos apenas dois partidos fortes o bastante para as disputas eleitorais, principalmente no que se refere à Presidência da República, e nessa alternância dos dois partidos só o povo tem a perder, pois na essência eles são irmãos que apenas tomaram rumos diferentes em seus destinos, não divergentes ou opostos, diferentes, mas lado a lado, essencialmente com os mesmos ideais e objetivos, variando em algumas pequenas características próprias de cada um, mas que se mostram insignificantes para mudar os seus pensamentos quanto à população.

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