quarta-feira, 13 de abril de 2011

Proteção à Testemunha ou Castigo à Testemunha?

A vida de testemunha no Brasil não é fácil, além de estar no lugar e na hora "errada" quando um crime é cometido, tem que se submeter aos precários serviços de proteção às testemunhas, sendo assim penalizado por duas vezes.
São colocados praticamente em cárcere, mais ou menos como criminosos, recebem alimentação e demais auxílios em conta-gotas, muitas vezes compartilhando o ambiente com bandidos que em dado momento resolveram delatar os comparsas.
Se veem, de repente, longe de tudo e de todos que pertenciam ao seu cotidiano, a sua vida entra em parafuso, lhe são prometidos muito mais do que estão dispostos a cumprir, pois os que coordenam o programa tem ciência de suas limitações orçamentárias, mas não podem ser sinceros, a propaganda negativa pode comprometer muita carreira política, e isso, definitivamente não é bom para os governantes.
E é exatamente o que penso ter ocorrido com àquela mulher tão corajosa quanto "irresponsável", digo isso pois ela fora de encontro àquele que poderia ter sido o seu algoz, que delatara a execução praticada por policiais militares praticamente em tempo real.
Vejo pelo noticiário que ela "optará" por sair do programa de proteção, afirmando que se sentia segura apenas com a escolta feita pela Polícia Militar.
Contudo, que maravilha! Ela pode, de acordo com a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, voltar a ser castigada, desculpem-me, quis dizer, voltar a ser atendida pelo programa a qualquer momento.
Agora lembremos que apenas a alguns dias ela reclamara por ter sido, segundo palavras suas, "traída pela Corregedoria da Polícia Militar que divulgara a gravação da ligação feita ao 190 sem sequer terem distorcido a sua voz".
Bem, agora só nos resta esperar que a atitude desta senhora seja tomada como exemplo do que é certo, e que nada de mau lhe aconteça, pois senão, ficará de uma vez por todas o exemplo do que ocorre com quem faz a coisa certa neste país.

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