Parece que a falta de seriedade neste país é crônica, temos tantos problemas e ainda assim os governantes se comprometem a produzir uma Copa do Mundo de Futebol e uma Olimpíada.
Nos falta saúde pública de qualidade, a segurança pública é uma piada (de mau gosto), a educação é simplesmente sofrível, as estradas são péssimas (exceção feita as privatizadas e pedagiadas), o transporte público está mais para transporte de gado, nos faltam moradias e mesmo assim nos comprometemos a produzir duas competições das mais custosas, perdoamos dívidas de países africanos, negociamos contratos vigentes com Bolívia e Paraguai, com claro prejuízo para nós.
Mas parece que não é o suficiente, pois sempre tem alguém querendo tirar uma "casquinha", e este, agora, é o Sr. João Havelange, ex-Presidente da entidade máxima do futebol mundial, a FIFA, e que agora aparece com a grande idéia de ver perdoada pelos governos municipais, estaduais e federal as dívidas dos clubes e ainda submetê-los à taxação zero, não cobrando deles nenhum imposto.
É a velha história de se fazer cortesia com o chapéu dos outros, mas que não deve ser admitida em hipótese alguma, pois se os clubes estão em dívida aonde foi parar o dinheiro? Pelo o que observamos nas estruturas da maioria dos clubes o dinheiro jamais fora investido no clube, melhorando o seu patrimônio imobiliário, ou seja, o dinheiro entrou mas não ficou no clube.
Ora, se o dinheiro não está agregado ao patrimônio do clube significa que alguém o geriu mal ou o desviou, e, portanto deve responder pelos seus atos perante à justiça.
Quando uma pessoa com a experiência de um João Havelange vem a público apelar pelo perdão das dívidas de clubes mal administrados, é de levantar alguma suspeita sobre qual o seu real interesse.
O que temos que ter em mente é que não podemos nos dar ao luxo de continuarmos desperdiçando dinheiro com coisas de menor importância, e se os clubes de futebol desse país estão endividados que cobrem os responsáveis pelas dívidas, presidentes e diretores, que tornem-se empresas privadas capitando ativos no mercado acionário, onde só se estabelece quem tem competência.
Agora ao senhor de passado questionável, João Havelange, só me resta pedir que se cale, pois querer mexer no dinheiro dos outros é um mal que já temos muitos políticos para nos preocupar.
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